sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Track&Field Run Series | Porto Alegre

Nada como recomeçar focando num novo objetivo.
E a TF Run Series está sendo uma ótima escolha.
O percurso é interessante e fora dos habituais aqui de Porto Alegre. 
Quem já correu uma vez ,sempre volta para correr de novo.
Nas duas vezes em que participei, meus tempos foram muito bons e acho que isso me ajudou a escolher a TF para recomeçar.
Andei treinando só na esteira nesses últimos  meses.
Aqui no sul fez um frio desenfreado e muita chuva. Para não perder o preparo do cardio que a corrida precisa, tentava não deixar de correr, mesmo sendo na esteira.
Ontem resolvi dar uma puxada em subidas e descidas, pois nesse percurso elas existem..rsrs
Não foram muitos ks, fechei em 6K só para testar as condições que o ser aqui se encontra.
Como imaginei, em péssimo estado.
Mas vamos lá, contando as horas pro treino da tarde.
Bjo! 

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O que acontece conosco, quando as coisas acontecem...





Como num choque de realidade, o que é a mais pura verdade,  me vi entre dois mundos. Dois mundos idênticos e ao mesmo tempo diferentes. Diferentes daqui pra frente, e iguais no que tange a dinâmica em si. Entre negações, otimismo e realidade substancial, me fechei entre quatro paredes e comecei a rever conceitos de uma vida ainda não tão vivida assim.

Se eu for levar em conta meus 38 anos, 35 deles eu dinamizei num parágrafo com espaço duplo e totalmente voltado as minhas realizações. Considero-me sortuda em aspectos diferentes da vida.

Tenho um histórico de família incrível, um pai que me faz acreditar a cada dia, que o mundo em que vivemos é exatamente como eu sonhei, e que o amor incondicional foi uma obra prima de seu próprio coração.

Como todo filho que sai de casa para alçar voos distantes, eu também voltei e voltei inteira, e estranhamente com uma sede insaciável de família.

Além de trazer na bagagem a minha história, trouxe em meus braços o melhor de mim, o meu filho. E nos reencontros seguintes, tive a grata surpresa de conhecer meu marido.

Os encaixes que se seguiram no decorrer desses anos me fizeram entender que além da busca incansável pela eterna felicidade, me vi no meio de uma descoberta admirável do quanto procurei por tantas sensações que sempre existiram dentro de mim.

Conto tudo isso, porque hoje tudo faz um sentido incrível, uma sintaxe das situações que se encaixam e se assemelham, sem ao menos planejar.

Hoje me considero um patchwork de fragmentos e momentos.

Antes de chegar ao instante atual, nesse momento em que transcrevo meus sentimentos sem deixar de sorrir e chorar tem um capítulo que é fundamental para desencadear o processo que hoje me levou a voltar a escrever.

Quando fiz 34 anos, estava numa centrífuga geminiana de emoções. Foi um ano longo em vários sentidos.

Depois disso veio à calmaria, que trouxe consigo novos horizontes, novos hábitos e um novo e fiel amor, a corrida.

Ela veio num crescer incrível, como uma fórmula mágica de redenção.

Através da prática quase diária, pipoquei dezenas de novas ambições. Senti-me atleta, super-esposa e sei que me tornei uma pessoa bem melhor.

Criei um blog, comecei a participar de provas  e a vencer novos tempos e objetivos.

Foi o início de um mergulho profundo.

Olhando de fora, hoje, sei exatamente em que momento a corda foi puxada e em que intensidade. Mesmo sabendo que nada mais seria igual a partir daquele momento, tentei ser forte e acreditar que conseguiria, sem arranhões, seguir por esse novo caminho.

A notícia do Alzheimer da Mãe veio sem perguntas e muito menos, respostas. A cada nova notícia que leio sobre a doença, existe um misto de euforia e raiva, afinal tudo que leio não se encaixa no perfil saudável, atlético e dinâmico da mãe.

As respostas estão ocultas em lacunas profundas e cicatrizes diárias, onde se vive um dia de cada vez.

E nessa projeção de dias e noites, fui sumindo... sem ser intencional. Fui tão silenciosamente fugindo de tudo que me fazia bem, que parei de escrever, de ler e quase , de correr.

Matava a sede na esteira de casa. Ainda faço isso...  Mas correr de verdade é muito mais que movimentar as pernas numa esteira. É se jogar na rua, no campo, na estrada de chão batido.

E inexplicavelmente, tentei não sentir mais as emoções.

Mas essa carta/apresentação é uma vitória dos dias e noites protagonizados pelo esforço do meu marido e do meu filho. Afinal é neles que tudo sempre começa e termina.

Então, todas essas linhas querem chegar num único lugar: voltei!

E estou tão inexplicavelmente sedenta de recomeçar  que só de pensar , já me arrepio de emoção.

Agora é seguir em frente, continuar a jornada e não deixar nunca mais a peteca cair.