terça-feira, 6 de outubro de 2015

Ela é um FREERUN


Depois de um longo tempo sem escrever, me vejo teclando a ponto de ouvir as palavras antes mesmo de organizá-las. Existe um motivo para a ausência que me mira de frente a cada dia e a todo instante.
Mas vou deixar isso nas linhas matutinas e vespertinas da vida...
De qualquer forma ontem eu li um tweet da grande Helena Vidal que não saiu do meu pensamento...
Ela é um FREERUN - que nada mais é a definição da alma de uma corredora que ama mais a corrida como estilo de vida do que como esporte, apesar de um estar tecnicamente ligado ao outro. Correr assim trouxe um sentido diferente.
Como ela mesmo disse, é uma fórmula que  trouxe leveza e que permite ir além.
Depois de uma troca de mensagens ( algo que não é muito comum para uma corredora caverna como eu) tive a sensação de realmente poder fazer parte dessa corrente.
É uma alma lavada a cada corrida, seja curta, longa, na esteira ou na rua, a sensação é mutante.
Tento não misturar as coisas, mas é inevitável não falar do Alzheimer da mãe, uma vez que tudo gira em torno dos cuidados com ela.  É fato que os treinos, as tranças ao vento e as declarações incessantes por aqui foram diminuindo e se transformando a medida que a doença foi tomando mais e mais nosso dia a dia. E nesse tempo todo sem postar, não deixei de correr, mas me joguei mais na esteira do que na rua, mas corri... como um FREERUN.
Sim, a Helena me salvou de uma culpa estúpida sobre não ser uma corredora de verdade. Por não manter um índice melhor a cada ano que passava e de não bater minhas metas e melhores tempos.
Porque escrever e postar fotos é apenas um ato (as vezes falho) dentro do processo todo que é escolher o esporte para a vida toda.
Comecei a correr aos 34 anos e hoje já estou com 40. Tanta coisa mudou...
No começo escrevia meus treinos num caderninho com o tipo de terreno, temperatura, tempo e distância percorrida. Anotava e somava tudo meticulosamente. Depois de um bom tempo, comprei um Garmin Forerunner. Me diverti muito nessa fase, que foi a mais competitiva. Baixei tempos, fiz percursos incríveis que ficaram registrados e curti um momento in dentro do processo da corrida de rua. Mas o Garmin já não existe mais. Tentei de tudo para salvar a pulseira e conseguir uma assistência pro bichinho, mas foi em vão. Nesse hiato apenas corri, e me desfiz de neuras adquiridas pela processo competitivo que havia me colocado ( internamente, claro).
Hoje sou, graças a Helena, um FREERUN.
Corro por mim,  pela  felicidade, pela exaustão do dia a dia, pela escolha , pela leveza da alma.
Pra dizer a verdade, corro porque me torno melhor, mais fácil de conviver e a sensatez que preciso para encarar tudo vem desses momentos reais comigo mesmo.
Helena, nem sei como te agradecer!







Um comentário:

  1. Querida Ingrid,
    Não imaginas como sua postagem me encheu de alegria. Foi uma injeção de euforia e emoção.
    Sempre digo que a gente nunca sabe a quem serve de inspiração. Nunca sabemos onde a nossa mensagem, atitude pode alcançar. Mas, nesse caso, a conversa teve endereço marcado. Ela atravessou SC e foi até São Leopoldo. Isso me encheu de tanta emoção. Leio seu blog e te acompanho a tanto tempo, que tocar você causa em mim ainda mais ânimo de continuar blogando. É que, deves imaginar, não é tarefa fácil cultivar essa rede social sem se abalar por modismos e apelos financeiros. E ter tempo de conciliar algo aparentemente leviano com a vida pessoal. Obrigada pelo post, pelas mensagens de apoio. Fico realmente feliz em contar contigo nessa corrente do bem. Fico na torcida pela sua nova fase na corrida. Bora correr de bem com a vida!!
    Beijos
    Helena

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